mundo todo, todo meu.

nos meus pensamentos...o mundo é pequeno pra mim!!!

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um verdadeiro enigma até prá mim!!!!

Monday, November 27, 2006

Carta aberta aos meus filhos!



Maringá, 30 de Março de 2005.(data em que foi escrita)

Queridos Filhos: Carla, Carol e Caio,

Hoje me sentei aqui em frente ao computador para escrever esta carta pra vocês. Eu só queria lhes dizer o quanto sou feliz por vocês serem meus filhos. Tenho muito orgulho de vocês! Vocês foram crianças maravilhosas e agora cresceram e são pessoas maravilhosas, responsáveis, são amigos dos amigos, solidários, caráter idôneo, amam os animais, a natureza...Eu tive vocês muito nova e confesso tinha medo de não saber educá-los, criá-los, mas Deus foi generoso comigo, me deu filhos maravilhosos que nunca me deram trabalho maior do que aqueles normais que todas as crianças e bebês dão. Peço perdão pelas vezes que pensei que não ia conseguir seguir em frente, nas vezes em que pensei em ir embora e abandonar tudo, porque eu era imatura e não sabia nada da vida. Mas Deus esteve sempre presente nas nossas vidas e me levantava quando eu caia.
Me lembro do dia do nascimento de cada um de vocês como se fosse hoje...Quando você nasceu Carla, eu tinha 18 anos, eu não sabia nada da vida. Meu Deus como eu podia gerar um ser tão maravilhoso e perfeito, imagem e semelhança de Deus...E quando vi o seu rostinho perfeito, fiquei maravilhada e apaixonada por você no mesmo instante, eu tentei dar tudo de mim pra você, eu posso me lembrar como se fosse hoje da alegria que tomou conta de todos nós, eu, o seu pai, os avós, tios, tias, todos corujas em cima de você.Você é uma bênçao pra nós até hoje, e eu sei que será para sempre! ...”A Carla já é moça, com dois anos que tem, parece que foi ontem, que a Carla era neném, lá rá lá rá la...”Te amo!
Carol, , minha indiazinha, você era um toquinho de gente, banguelinha, sem cabelinho,nem sobrancelha tinha....mas era o nenê mais lindo daquele hospital, era a minha “carunchinha”, foi o nenê mais tranqüilo, não chorava e mamava que dava gosto. Você foi precoce e andou com 10 meses, gostava de dançar . Que felicidade! ...”è menina, é Carolina, tudo bem, tudo rima, lá rá lá rá rá.”....eu te chamava de “Carolinha”, você foi nossa segunda bêncão , continua sendo e vai ser eternamente. Te amo!
Caio, você foi a surpresa maior! Nós tínhamos certeza de que seria outra menina, e tudo bem, seria amada do mesmo jeito. Mas Deus nos presenteou com um menino:Você! Lindo, forte, chorava alto que todo o hospital ouvia, e nós choramos de alegria quando te vimos, não conseguimos dormir, a família estava completa: duas princesas e agora um reizinho! A Carla e o pai dormiram na cama do acompanhante, a Carol dormiu em cima de mim, operada de cesareana e tudo, e você estava ali do ladinho no bercinho, que alegria meu Deus!!! Você era forte que nem um tourinho, andava de bicicletinha e ralava todos os dedinhos dos pés...”E o Caio vai nascer da barriga da mamãe, ele vai ficar feliz, porque tem duas irmãs,uma é amiga Carla, outra é a Carolina, chora Caio chora, lá lá lá..” Você foi a terceira bênção, e será para toda a vida! Te amo meu filho!
Desculpem-me se às vezes sou chata, se pego muito no pé de vocês por causa das bagunças no quarto, das roupas desarrumadas,dos estudos, das missas que vocês não vão...Desculpem-me se eu magoei vocês de alguma forma que isso tenha ficado nos seus corações até hoje. Peço perdão de coração! Peço perdão também se eu não sou exatamente a mãe que vocês queriam, mas eu tento dar o melhor de mim. Eu sou mãe, e para os filhos todas as mães são chatas mesmo. Mas eu só quero o bem de vocês, só quero que vocês sejam felizes, que acertem os caminhos na vida, que não sofram, que as suas vidas sejam melhores que as nossas, minha e do seu pai. E eu tenho certeza de que vai ser! Vocês são inteligentes, capazes e vão saber buscar cada um o seu caminho. Eu queria abraça-los e beija-los mais, todo dia, toda hora....mas vocês cresceram e já não aceitam estas manifestações de carinho como quando eram crianças. Acreditem-me um dia a gente sente falta de tudo isso! Muito mais do que a gente pensa....
Agarrem com unhas e dentes toda e qualquer oportunidade de crescimento que a vida lhes oferecer; porém, jamais passem por cima de outras pessoas; respeito e piedade são fundamentais. O futuro é hoje! Já! Não permitam jamais que lhes digam que não são capazes, que sonhos são só sonhos e não podem ser realizados! Em Deus nós podemos tudo!!!
Amo vocês incondicionalmente, com todas as qualidades e defeitos, aceito cada um de vocês do jeitinho que vocês são, três filhos, três personalidades, três pessoas diferentes, mas que saíram todos de dentro de mim! Vocês são meus! São carne da minha carne, sangue do meu sangue! Não há no mundo, ninguém mais importante pra mim (além de Deus) do que vocês!!! AMO AMO AMO AMO AMO AMO AMO AMO vocês! Todos as missas que assisto peço a Deus que os abençoe e derrame todas as suas graças sobre vocês!
Estou falando de mim, mas tenho certeza de que o pai falaria tudo isso em dobro, em triplo pra vocês, pois se tem alguém que pode amá-los mais do que eu, esse alguém é o seu pai!!!
Enfim, é isso, só um pouquinho do que eu gostaria de externar...
Deus os abençoe e os faça felizes!!!!
Eu te amo Carla,
Eu te amo Carolina,
Eu te amo Caio.
A mãe.

Saturday, November 25, 2006


Lembranças...
As primeiras lembranças da infância que me vem à mente, é de uma cozinha muito simples, pobre até, com uma mesa rústica e um guarda-louça de madeira, um fogão à lenha, onde o fogo estava aceso logo de manhã, de onde vinha um cheiro delicioso de café, bolinho de fubá...Cheiro de pão quentinho saído do forno... Era inverno, fazia muito frio, mas a mãe estava lá, para aquecer a nossa roupa no fogo do fogão à lenha antes de vesti-la em nós....Me lembro de quando era muito frio, ela esquentava tijolos na chapa do fogão à lenha e embrulhava em panos e colocava perto dos nossos pés para nos aquecer durante a noite...Febre alta, sarampo, catapora, e lá estava ela a noite toda na beirada da cama... Quando nos sentávamos à mesa, todos juntos, principalmente aos domingos, eu não entendia como ela e o pai podiam gostar de comer os pés, o pescoço e as costelas do frango...Hoje eu sei que eles deixavam os melhores pedaços para nòs ! Bença bençõe pai, bença bençõe mãe, eu não sabia nem falar direito. Me ensinou a rezar, me levava pela mão à catequese. Lecionava fora o dia inteiro e quando chegava em casa à tardinha, tinha outra jornada de serviços caseiros...Nunca a vi reclamar. Trabalhava dois períodos e estudava a noite para poder garantir um salário melhor e assim milagrosamente, com um parco salário ela conseguia manter a casa e criar os filhos com dignidade. Nunca deixou faltar o pão em nossa mesa; nem Deus nas nossas vidas. Brigava com o mundo inteiro se fosse preciso para defender um filho de uma injustiça, mas sempre foi severa na educação e na moral; certo é certo e errado é errado......”Dona, tem cás coisas pá dá?”.....os mendigos, que nós muitas vezes a repreendemos por ajudar, eram os pobres que ela acolhia...E ela repartia o pão, repartia a sua vida....Rezava junto conosco sempre, até quando o meu gato fugiu, ela chorou e rezou junto comigo.....E ele voltou!...Vibrava com as nossas vitórias e era solidária nas nossas derrotas....Ela era disposta pra qualquer coisa...qualquer hora....”Mãe, passa uma costura nessa roupa agora pra mim?” “Mãe, faz aquela cuca deliciosa que só a senhora sabe fazer?” “Vó, reza pra mim hoje, tenho uma prova difícil” ....Veio me ajudar todas as vezes que eu ganhei nenê....fazia chá, fazia canja....Não tinha cansaço, não tinha preguiça....nem mesmo as pernas inchadas e cheias de varizes a impediram de ajudar sempre quem precisou dela. E ela se doou pra todo mundo, pelas alegrias, pelas tristezas, pelas vitórias e derrotas.....Nunca fez distinção de ninguém, à sua mesa se sentava o pobre, o mendigo, o rico, o médico, o padre.....Nem mesmo a terrível doença tirou dela a vontade de viver e servir a quem dela precisasse. Doente, ajudava os outros a comprar remédios, a buscar a Deus, a não desanimar. A Fé...Ah a fé que ela tinha, é o exemplo mais marcante para quem conviveu com ela. A missa era sagrada; não faltava de jeito nenhum, e por último, quando não conseguia mais ir à igreja, a ministra trazia a Santa Comunhão em casa...Meu Deus, mesmo a pessoa mais descrente, estivesse junto com ela naquela hora, teria a certeza de que ela estava recebendo o Corpo e o Sangue preciosíssimo de Jesus, tal a devoção e a fé......Nasceu pra trabalhar e servir o próximo. Desde pequena, então com 8 anos já ajudava a Nona a fazer tudo em casa, fazia pão, entregava leite, carregou os irmãos pequenos no colo até eles andarem.....Catava algodão na roça para fazer o enxoval....Conheceu meu pai....Inocente, teve a infelicidade de engravidar sem saber o que estava acontecendo....Na foto do seu casamento dá para notar a tristeza no seu olhar... Ela carregou essa culpa consigo a vida inteira.......Trabalhadora, batalhadora, exemplo de mãe, de profissional, de filha, de esposa, de irmã, incansável nos seus afazeres, terminava tudo o que começava, se não ficava bom, desmanchava e fazia de novo.´´´´´´ Muitas pessoas a chamaram de comadre, professora, tia, mana, vizinha....mas eu tive a felicidade de chamá-la MÃE, pois quem tem uma mãe assim, é abençoado por Deus!
Eu fui crescendo e vivendo com essa mulher guerreira. Aprendendo que se a gente tem fé pode mover montanhas... E tantas vezes essas montanhas foram removidas. Ela rendia graças ao Pai todos os dias, pelas pequenas coisas que podia fazer... Eu estava junto com ela no dia em que o médico deu o diagnóstico do terrível mal, nós saímos de lá e ela quis passar na igreja, então diante do Santíssimo ela chorou e disse: Obrigado meu Jesus porque é em mim e não nos meus filhos!... Ela agradeceu a Deus porque achava que já tinha cumprido a sua missão, já tinha criado os filhos...Pediu perdão e perdoou a todos aqueles que um dia por uma razão ou outra, ela magoou ou a magoaram....Então, a doença, sorrateiramente foi minando as suas forças; e aquela mãe que sempre foi o esteio, a rocha sobre a qual nossa família foi fundada, forte e decidida, aquela mãe que me carregou nos braços tantas vezes, que me levantou dos tombos, que me apoiava, que me guiava......agora precisa de mim, dos meus braços pra serem seus braços, das minhas pernas pra serem suas pernas, da minha lucidez, do meu amor, do meu carinho....... Meu Deus, a minha mãe tão forte e sadia, agora é um montinho de ossos cobertos com uma roupa que fica grande demais, com os olhos marejados, com as mãos postas em oração, deitadinha sempre no mesmo cantinho, pensando, pensando....rezando. Quanta dor, quanto sofrimento, quanta provação...E ela nunca desanimou nem se revoltou, “Se for a vontade de Deus eu aceito”, dizia ela. Carreguei-a pela última vez quando foi internada, e então ela foi carregada pelos meus irmãos para a sua última morada...A todos que a visitaram no seu leito de morte, deixou o testemunho do seu amor à Deus, no seu semblante sereno e tranqüilo. Eu agradeço e louvo à Deus por ter permitido, que ela fizesse parte da minha vida por 40 anos! Não passa um só dia sem que eu pense nela. A saudade corrói o meu coração.... Fico pensando se eu podia ter feito mais por ela e não fiz, se ela me perdoou por todas as vezes que a fiz sofrer e chorar......Hoje eu vejo o tanto que ela nos amava e zelava por nós, hoje eu entendo tantas coisas que ela queria nos dizer, mas nós, na ânsia da juventude, achando que sabe tudo da vida, não entendíamos,,,, Hoje eu sei o quanto ela vai nos fazer falta.....já está fazendo......“Mãe, vá com Deus....As suas lágrimas não foram em vão, assim como os seus ensinamentos....Nós honraremos a sua memória!” Você foi o anjo que Deus mandou para cuidar de nós! A saudade dói demais, não há remédio que cure, e eu só queria poder estar com ela novamente! Hoje eu sei; mas hoje é muito tarde......Mãe, oh Mãe, quanta saudade eu sinto de você! Eu pensei que você iria conhecer os meus netos, ficaria de cabelos branquinhos, cheia de rugas, velhinha, mas junto de nós.
Mãe,
Eu te amei desde o tempo em que estava no teu ventre, e te amarei por toda a eternidade.
Tua filha,
Mery
Eu sei que não deveria mãe, mas eu penso em você todos os minutos da minha vida, todos os dias, sonho com você todas as noites, choro de saudade, choro de culpa, porque podia ter ficado muito mais com vc e não fiquei, dei importância a coisas que não tinham importância e deixei vc sozinha tantas vezes.......me perdoa mãe, se eu pudesse voltar atrás faria tudo diferente, e ficaria mais com vc, quem sabe assim, eu não teria tanta saudade e não teria esta tristeza que corrói a minha alma......hoje só de olhar a tua letra escrita aqui naquela agendinha que vc tinha com os telefones de todo mundo, eu choro de saudades e morro de vontade de ir lá na tua casa, tomar café e comer bolinho de fubá, ou simplesmente ficar lá deitada no sofá, mas sabendo que vc está ali......Meu Deus, quanta falta, quanta saudade de vc mãe......mãe,mãe,mãe...eu queria tanto que vc estivesse aqui, me perdoa mãe, eu te amo tanto....e saber que eu nunca mais vou te ver me machuca muito, me desespera, a vida sem vc não é mais a mesma coisa, nunca mais,

o olhar indiferente eh que mata o jardim...



Quem foi que disse que os sonhos não morrem? Eles não morrem sozinhos; as pessoas, o tempo, as circunstâncias se encarregam de matar qualquer forma de sonho na nossa vida. Eu lamento muito não poder voltar atrás e amarrar uma corda de aço nos meus sonhos, assim eles não me escapariam com certeza... Existe idade para sonhar? Sim, tenho certeza que existe; e a minha já passou faz muito tempo, eu não consigo mais sonhar, não tenho mais tempo, não tenho mais coragem de sonhar... Tantas coisas perdidas na vida, tantos sonhos esquecidos, despedaçados...Que desperdício de sentimentos, de ações...Pra chegar no fim de tudo e olhar pra trás e constatar que nada valeu a pena... tudo jogado fora! Devia ter amado mais, rido mais, me alegrado mais. Devia ter quebrado regras, conceitos; devia ter andado descalço na chuva, na lama, na terra....Devia ter usado blusa rosa com saia verde de bolinha, e daí que não combina?! A roupa era minha! Devia ter me importado menos com os problemas pequenos ou com o cheque grande que ia cair na conta....Devia ter vivido a minha vida, não a vida que os outros quiseram pra mim....A vida que eu quis pra mim não era essa. Eu poderia ter sido uma rainha ou simplesmente uma mendiga, não importa, era a minha vontade. Viver de sonho...viver de abandono, de migalhas...ninguém merece! Quanta ilusão...O meu coração já foi um Castelo iluminado, hoje é somente um casebre escuro em ruínas......... Eu sei que eu posso, ou poderia; mas é proibido sonhar, é proibido amar, é proibido ser “eu” na minha essência. È a navalha na carne, que corta, que mutila e fica somente o vazio e o sangue... Eu já atravessei essa ponte uma vez...nunca mais... o preço é a minha alma, o meu coração... ousei sonhar, ousei viver, ousei cantar, ousei ser simplesmente eu.............Os meus olhos verdes no espelho parecem vermelhos, eu me encaro e não me vejo. Se passaram tantos anos, tanta coisa já passou....passou um mar inteiro debaixo dessa ponte; muitos reinos conquistados, batalhas vencidas, batalhas perdidas...palavras que se perderam no tempo...proferidas ao léu, sussurradas e não ouvidas; ou ouvidas e esquecidas como se jamais tivessem sido proferidas, ditas à pessoa errada, na hora errada...tudo errado; e eu falei tanto, tanto... e eu gritei tanto, mas nunca ninguém me ouviu....E agora somente essa tristeza e esse fel que me consomem...eu vivo de melancolia, de saudade...saudade até mesmo de coisas que eu nem vivi, que eu nem senti, mas sinto agora...trágico, cômico, irônico... tantos amigos que eu deixei ao longo do caminho...isso dói até hoje...lembrar de tantas travessuras, de tantas festas, de tanta convivência e hoje tudo se perdeu e todos somos estranhos...eu tenho muito medo de ser mal agradecida, de estar sendo egoísta pensando somente em mim, quando ao meu redor eu sei que há pessoas com problemas bem mais graves do que meus problemas existenciais, mas me perdoe meu Deus se isso for pecado, porque eu sou gente, com todos os defeitos que alguém tem, aliás eu acho que eu tenho mais defeitos do que qualidades, mas eu sou assim, vou errando, vou chorando, vou me erguendo, vou tentando...não sei onde esse caminho vai dar, só sei que é o meu destino...os olhos são o espelho da alma, e os meus refletem essa nuvem escura sobre mim...Eu sou feliz??? Já me fiz essa pergunta um milhão de vezes, e nunca soube responder...ora eu sou feliz, ora eu sou triste...então, sou eu feliz???........Meu Deus quanta amargura na minha vida,eu me sinto como o título daquele livro do Gabriel Garcia Marques: CEM ANOS DE SOLIDÃO...e eu só tenho 40! Eu deixei tanta coisa para trás, tantas pegadas na areia, eu sei que deveria somente olhar para o futuro, mas é mais forte que eu, meu pensamento vive voltado para o passado, nas coisas que eu vivi e poderia ter aproveitado mais cada minuto, cada segundo..hoje eu sei que ninguém é imortal, nem mesmo uma jovem tão cheia de sonhos, cheia de idéias e vontade de beber cada segundo do tempo, de nem mesmo dormir aos domingos para não perder nenhuma oportunidade de respirar, de vibrar, de pensar e de sonhar.......o mundo era pequeno na minha cabeça, nada nem ninguém poderia me podar, podar minhas idéias, meus ideais, meus sonhos...........me tiraram tudo em pouco tempo, tive que crescer e matar a menina que um dia eu fui, tive de encarar o mundo adulto, real... o mundo do dinheiro, da ganância, das decepções, o mundo verdadeiro e real, sem Romeus e Julietas, sem Lancelot e Ladys Guinevere, sem luas prateadas e estrelas brilhantes, sem céu feito de carneirinhos e bichinhos de nuvens que logo se desmancham... Pobre de mim, tola criança, transformada em mulher num passe de mágica, atirada à realidade, e eu não estava preparada para a enxurrada de responsabilidades que vinham junto com o tal mundo adulto...quantas vezes eu chorei baixinho me perguntando o que fazer, como agir, como ser gente grande, como cuidar de três pessoinhas tão pequenininhas que saíram de dentro de mim, e dependiam em tudo somente de mim, .....eu só brincara de boneca até então! De boneca e de livros, meus companheiros inseparáveis...meu mundo imaginário, que me levava à qualquer parte, que me permitia ser qualquer um, ou eu mesma...será que foi este o meu erro? Viver em mundos perfeitos em que tudo se resolvia no final e todos viviam felizes para sempre?


Mery Fidelis Brambilla

bom dia mundo,


bom dia mundo, eu existo e estou aqui.........